domingo, 15 de fevereiro de 2009.

  • Felicicheers

É assim mesmo. Tudo junto e misturado.
Faz 57 horas que estou em uma luta frenética com o meu computador em busca do som, que por vontade própria simplesmente, sumiu! Ah como eu às vezes queria ter esse poder de sumir. Mas voltando. Eu só queria na maior humildade uma música "fundo" para escrever algo decente aqui. Fui tentar o toca disco som da década de 80 que tem aqui, mas percebi que os habitantes dessa casa só gostam de música corta-pulso. Juro que não passou de dois minutos de música e eu não tinha mais ânimo para viver e só pensava em acabar com minha vida pulando do meio-fio ou me enforcando com uma cebolinha verde. A sorte é que hoje e desde alguns dias atrás estou cheia de energia e as músicas-de-corno-com-camisa-listrada não afetou minha sanidade. Se é que essa sanidade algum dia existiu.
Então. Desliguei o som e fiquei no silêncio do teclado.
Lembrei que amanhã é segunda e vou escutar esse barulhinho o dia inteiro.

Lembrei também do quão boba eu andei sendo por todos esses últimos meses. Não percebi que as coisas estavam acontecendo, tudo se movendo direitinho conforme aquilo tudo o que eu desejei, e aquilo tudo o que eu quero para mim. Ahh como eu adoro esses meus momentos de lucidez, é tão suave... tão tão o inverso de mim. Juro que o copo de cerveja que tomei ajudou nisso tudo. E são nessas horas que eu desejo ter novamente um outro poder, o de congelar o tempo e certos momentos só para sentir mais um pouquinho dessa delícia e esse sabor escorrendo em minha boca e percorrendo todo o resto do corpo.

Só que daqui a poucos minutos esses momentos e esse doce passa... assim como todo o resto dessa vida que é tão querida, como a cerejinha do bolo.



Por Loira ainda em Fuga | 14:11 | Comente! (0)








terça-feira, 10 de fevereiro de 2009.

  • Personagens da aviação: O comissário de voo [sem acento]



O comissário é antes de tudo um forte. Um forte candidato a se fuder dar mal.
Otimista por natureza é o único que acredita poder sair vivo de um acidente numa cangalha que anda a mais de 900 km por hora e que leva toneladas de combustível bem embaixo do seu assento. É um eclético: atura gente arrogante na primeira classe, atura gente chata na classe executiva, e na classe econômica atura gente que ainda não definiu se vai ser chata ou arrogante.
Tem curso de sobrevivência na selva, no mar, no gelo e no deserto, mas nunca lhe ensinaram sobreviver com o ridículo salário que lhe pagam. Sabe fazer parto e controlar chilique. Sabe dar extrema-unção aos católicos, fazer servir a refeição kosher do rabino e conhece trechos do Alcorão para atender os muçulmanos.
Tem curso de primeiros e de últimos socorros, conhece psicologia aplicada, e se nada disso der certo, sabe como tirar todo mundo de dentro do avião em 90 segundos, sendo o último a sair. Dá nó em pingo d’água e quando o serviço de bordo não é suficiente para todo mundo, opera o milagre da multiplicação. É capaz de dar o mesmo copo de suco para duas pessoas ao mesmo tempo, sem que elas percebam. É um mágico, um ilusionista, cujas mãos possuem uma agilidade de fazer inveja a qualquer profissional do baralho. E é formado em ocultismo, sabendo ocultar frangos, queijos e garrafas pet na mala.
No início do vôo o comissário se apresenta ao comandante, que está de saco cheio, com cara mal dormida e o nó da gravata torto. Juntos vão para o avião, aquele belo exemplar de um mais pesado do que o ar, com mais de vinte anos de uso. O livro de panes é mais grosso que a Enciclopédia Russa, várias delas em “acr”, o que significa que não tem peça de reposição. A manutenção é de terceiro mundo e as pessoas envolvidas na operação também.
O comissário checa tudo e recepciona os passageiros com um sorriso largo e uma mentira estreita sobre o atraso. Fecha a porta de travamento visivelmente duvidoso, senta em seu banco, ajusta o seu cinto e dá um sorriso para a velhinha sentada bem na sua frente. Apaga a luz, mantendo a cabine escura como a dúvida. Concentra-se para a decolagem e acha que vai chegar inteiro ao destino. Vai ser otimista assim na (s) puta que pariu praias do Brasil!
Além dele, há a comissária, a versão feminina da coisa.


por Carlos Senra.



Por Loira ainda em Fuga | 02:40 | Comente! (0)








sábado, 7 de fevereiro de 2009.

  • Um país distante e uma cabeça mais longe ainda

Por mais que eu escreva aqui, ou por mais que eu tentasse te explicar, você não ia conseguir entender tudo o que se passou em minha cabeça. Talvez se você entrasse dentro de mim, poderia ver e compreender todo aquele silêncio.




...era só uma vontade incontrolável de ficar



Por Loira ainda em Fuga | 04:19 | Comente! (0)








segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009.

  • Life for rent

Enquanto meu coração for um escudo
E eu não vou conseguir baixar a guarda
Enquanto eu tiver tanto medo de falhar
Que eu nem possa tentar
Bem, como posso dizer que estou vivo?
Mas, se a minha vida está para alugar
E eu não aprendo a comprá-la
Então, eu não mereço nada mais do que tenho
Porque nada que eu tenho é verdadeiramente meu





Essa loucura passa! Prometo, viu?





Por Loira ainda em Fuga | 07:43 | Comente! (0)